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Newsletters regulares desenvolvidas por profissionais de saúde com elevada experiência na área, com temas orientados para o dia-a-dia dos utilizadores de cateterização intermitente.

Algaliação intermitente, uma realidade em contexto de agudos

Salomé Sobral Sousa, Sara Rodrigues Barbeiro, Vanessa Taveira Teixeira, Enfermeiras de ReabilitaçãoNos últimos anos, acompanhando o conhecimento técnico e científico, o procedimento do cateterismo intermitente (CI) evoluiu muito favoravelmente, quer a nível das características dos materiais, quer a nível da sua disponibilidade e diversidade. Como enfermeiras de reabilitação num Centro Hospitalar, temos a oportunidade de acompanhar com entusiasmo esta evolução e o seu impacto nos indicadores de saúde, na qualidade dos cuidados e na satisfação dos nossos utentes.
Se até há algum tempo os programas de CI eram realidade em unidades de reabilitação, atualmente as suas vantagens são já inegáveis em ambientes de cuidados mais agudos e subagudos. Da nossa experiência com utentes do foro neurológico, podemos afirmar que o CI traz inúmeras vantagens à pessoa que apresenta retenção urinária aguda de causa não obstrutiva, contribuindo, em muitos casos para a total recuperação da função, mesmo antes da alta para casa. Quando não é possível reaver plenamente o controlo da eliminação vesical, através de diversas estratégias de ensino, adaptadas à individualidade de cada um, trabalhamos na capacitação dos nossos utentes ou famílias, para que consigam realizar autonomamente o CI dando continuidade aos programas de reeducação, em casa.

Nada disto seria possível sem uma equipa multidisciplinar motivada, com experiência, que reconhece e identifica precocemente as necessidades de recurso à CI e que consegue uma intervenção integrada, mesmo perante barreiras que possam pontualmente surgir.
Essas dificuldades são, na maioria das vezes, ultrapassadas com ajuda da diversidade de materiais disponíveis, que consegue dar resposta a diferentes necessidades e limitações que cada pessoa poderá apresentar. A importância de um acompanhamento após a alta, que incremente um maior apoio e sentimentos de segurança aos nossos doentes e famílias é reconhecida e assegurada pelas equipas, o que aumenta o sucesso de um programa de CI.
Poder iniciar este processo o mais precocemente possível, é determinante quer para a recuperação da função, quer para a autonomia e bem-estar da pessoa. É essencial também para reduzir a taxa de complicações, como a infeção do trato urinário. Em entrevistas realizadas a doentes internados que tiveram necessidade de recorrer ao CI, o feed-back é bastante positivo, tendo sido referido que “foi a melhor coisa que podia ter acontecido no meu processo de recuperação, uma vez que ir algaliado permanentemente para casa teria tido um impacto muito negativo na minha forma de estar com os outros”; ou “com o CI consegui manter a minha atividade profissional que requer constante exposição publica, sem constrangimentos”. Ainda que possa parecer natural, que em idades mais avançadas a capacidade para aceitar este procedimento seja menor, a experiência tem-nos demonstrado o contrário, com elevados níveis de sucesso em programas de CI entre os utentes mais idosos.
Algo que nos congratula dizer aos nossos utentes, quando deparados com naturais anseios, medos e inseguranças é que temos a possibilidade de lhes proporcionar o melhor cuidado, o melhor que a evidência científica nos tem demonstrado, seguindo as recomendações e orientações nacionais e internacionais. Quando nos perguntam quanto custará toda esta qualidade, é com satisfação que os informamos da gratuitidade dos materiais, comparticipados a 100%, pelo Serviço Nacional de Saúde Português.

Em resumo, a CI é uma estratégia de estímulo à recuperação da bexiga, segura e o mais fisiológica possível. Em fase aguda e subaguda a recuperação da função vesical é uma realidade, para alguns utentes. Para quem não consegue recuperar totalmente, a autonomia que o CI proporciona no autocuidado da eliminação vesical, é significativa para produzir uma nova esperança no futuro e um impacto muito positivo na qualidade de vida dos nossos utentes.

Sexualidade em pessoas sob cateterização intermitente

Dr.ª Maria CunhaDescrição e enquadramento
A Sexualidade é um tema pouco abordado na prestação de cuidados de saúde, tanto por iniciativa dos profissionais, como pelos próprios doentes.
O entendimento deste conceito tem vindo a alterar-se ao longo do tempo, sendo que a definição atual refere-se à Sexualidade como um aspeto fundamental da vida humana que é independente da idade, género ou estatuto social, e que, apesar da existência de uma doença, pode e deve ser vivida de forma positiva, de maneira a causar bem-estar e satisfação.
No homem, a resposta sexual a estímulos eróticos é constituída pela ereção, ejaculação e orgasmo. A ereção é o aumento do tamanho e consistência do pénis. A ejaculação corresponde à saída do esperma pela uretra. Já na mulher, em resposta a estes estímulos, surge a lubrificação vaginal, o aumento de volume dos pequenos lábios e clitóris e o orgasmo.
O orgasmo, tanto no homem como na mulher, é um fenómeno cerebral e é vivido como uma intensa sensação de prazer físico e psicológico que acompanha a ejaculação no homem e as contracções de musculatura e órgãos sexuais na mulher. Na situação específica de pessoas que realizam Cateterização Intermitente (CI), poderão haver particularidades que é necessário esclarecer e dotar as pessoas de competências que lhes permita gerir a sua vida sexual de forma plena, adequadamente informada e satisfatória.

Complicações
Pessoas sob CI podem ter, em relação à população geral, uma maior incidência de complicações como: infeções do trato urinário, perdas urinárias involuntárias, lesões da uretra, entre outras. Além disso, é muito provável que a pessoa sob CI tenha outros problemas de saúde que poderão ter influência na sua Sexualidade.
Algumas particularidades poderão ser: a toma de medicação múltipla; a alteração da mobilidade, dos esfíncteres (bexiga e intestino), e da sensibilidade; e a presença de dor e/ou espasticidade. Podem ainda experienciar fenómenos do foro psicológico, como a dependência de 3ª pessoa e a depressão que, como facilmente se percebe, têm um impacto significativo no que diz respeito à Sexualidade de um indivíduo.

Soluções
É essencial minimizar as preocupações e potenciais problemas que podem surgir no foro da Sexualidade por quem realiza CI e controlar as variáveis possíveis.
Assim, pode ser útil e necessário o acompanhamento profissional no sentido de:

  • Redefinir a Sexualidade: primeiramente através de mudança de atitudes, comportamentos, dos papéis sexuais e do estilo de vida;
  • Eliminar a ansiedade no desempenho;
  • Aumentar a comunicação e a eficácia técnica do casal e a sua responsabilização mútua;
  • Informar, educar e tratar (por exemplo):
    - Aconselhar cateterismo com esvaziamento vesical completo antes das relações sexuais;
    - Controlar comorbilidades: gestão do intestino [garantir esvaziamento da ampola rectal antes das relações sexuais), dor e espasticidade (pode ser necessário medicar e adaptar posições para que o ato sexual seja mais confortável para a pessoa e parceiro(a)].


Conclusões
É fundamental avaliar as características da pessoa sob CI uma vez que, muitas vezes, a situação é complexa e envolve a abordagem de outras doenças, complicações e terapêuticas associadas.
Os profissionais de saúde deverão ser capazes de esclarecer os doentes a este respeito ou encaminhá-los para uma consulta específica de Medicina/Reabilitação Sexual.

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